ALCIONE VIEIRA
( Brasil – MINAS GERAIS )
Alcione Gonçalves Ribeiro Vieira. Nasceu em Nepomuceno, MG.
Assistente Social pela PUC/MG. Doutora em Política Social pela Universidade Federal Fluminense. Professora universitária aposentada da UNIMONTES. Reside em Montes Claros, Minas Gerais. Escreve poesias, crônicas e contos.
NÓS DA POESIA. – volume 8 – Brenda Marques Pena, org. São Paulo, SP: All Print Editora, 2022. 119 p. ISBN 978-65-5822-152-4 , Ex. bibl. Antonio Miranda
Corpo e Alma
Será o corpo guarida
De leve alma,
Escondida
Nas dobras da vida vivida?
Será o corpo abrigo
Da existência divina?
Será que entra no útero
Uma alma perdida
E faz do corpo guarida?
Será o corpo o local
Da alma tornar-se real
Na via da divina utopia?
O Corpo é oi viver do sentir:
Ver o azul do mar, o vermelho solar
Viajar no cheiro do vento,
Em fragrâncias, estações e emoções,
Embriagar-se em vinhos
E em versos, só coração e paixão.
Voar é a nostalgia da alma
Que paira, gira
No ritmo dançante do amor
Vida e luz
Até encontrar mente e ventre,
Sob os passos incertos,
Onde irá ficar, encantar, quem sabe,
Alguém nesta vigília envolvente.
A vida é uma constante batalha,
Dilema do corpo e da alma,
Mergulhar no mel da beleza
E ser no mundo grandeza,
Ou desprender-se do solo
E ser estrela do céu.
Infância
É o começo
E ainda a lembrança no fim.
É o rabo do gato
Que passeia entre as pernas e pelo jardim,
É o bralho do mar e da água
Que cai da torneira e da bica.
É a areia que escorre entre as mãos
É o portão e o latido do cão.
É a bola no chão, o traço do fina e o pique.
É o enlace dos braços na porta da escola
É o aceno na separação.
É a pipa que voa e o vento.
É o grito das vozes no pátio da escola.
É o livro de história.
É o cobertor puxado à noite no quarto.
É o abraço.
É o começo,
É a lembrança, no fim.
*
VEJA E LEIA outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html
Página publicada em maio de 2023
|